sexta-feira, 18 de agosto de 2017

(SP) 3.4 - A morte de Bellum

O início da jornada


Após Neuton conseguir reunir seus contratados apenas na tarde daquele dia 10 do mês do Conflito, o grupo resolveu que seria mais sensato partir apenas no dia seguinte. Assim, os pequeninos e o anão foram abastecer suas mochilas com os mantimentos que precisariam para sua viagem.

Durante sua espera, na taverna, Neuton ouviu que as redondezas de Rochaverde haviam mudado com o recente terremoto. Algumas cavernas se abriram e muitos aventureiros partiram em direção a elas em busca de tesouros. Inabalado, o rastreador não perdeu o foco em seu destino, Donatar.

O grupo não possuía animais de carga para transportar seus bens. Assim, Bellum foi o escalado para carregar a tenda, o maior dos equipamentos. No entanto, o anão era forte e bem maior do que um anão comum e não teve dificuldades no transporte durante os dias que se seguiram.

A viagem até Donatar levaria mais de uma semana. Já no dia seguinte os aventureiros cruzaram com um pelotão de soldados reais vindo, claramente, de Donatar. Eles ainda seguiram viagem e chegarem em um pequeno vilarejo já na noite do dia 11. Eles pernoitaram na cidade e, no dia seguinte, presenciaram uma chuva torrencial e muito vento. Devido às más condições climáticas, Neuton achou prudente que eles não viajassem naquele dia e eles aguardaram na cidade.

No entanto, Enrakhul e Kozilek foram conhecer o vilarejo. Eles perceberam que naquele dia 12 era comemorado o Amor à Deusa, uma homenagem para Crezir. Como celebração, os aldeões prepararam ringues nas ruas e lutavam desarmados entre si. Os pequeninos presenciaram algumas lutas e depois retornaram para a estalagem. Bellum, que poderia se interessar pelo evento, não acordou para ver.

O terceiro e o quarto dia de viagem não mostrou nenhuma surpresa. No quinto, porém, o grupo passou por mais um pelotão do exército real vindo de Donatar pela estrada que levava à Rochaverde. Desta vez o pelotão era composto de cavaleiros. No anoitecer daquele dia o grupo chegou ao vilarejo de  Rigustas, um pequeno local cujo único atrativo era uma grande taverna na forma de salão.

A morte de Bellum


 O grupo de aventureiros resolveu entrar na taverna. Lá eles perceberam que havia um pelotão inteiro de soldados reais bebendo e divertindo-se. Bellum tentou se aproximar de um deles, mas o humano estava bêbado e discutindo com seus companheiros. O anão foi recebido com um soco, dado por reflexo pelo homem bêbado, mas que atingiu em cheio o rosto de Bellum.

Irritado e decidido a responder na mesma moeda, o anão desafiou o soldado bêbado para um duelo. Embora estivesse inclinado a aceitar, seus companheiros o interromperam dizendo que ele não tinha condições de lutar. Foi então que um outro soldado, grandalhão e portando um machado na cintura, surgido do meio da multidão de outros soldados, bradou que aceitava o duelo proposto pelo anão. Bellum não negou o duelo e eles foram para a rua.

A luta entre Bellum e o grandalhão logo formou um círculo no paço central da cidade, em frente à taverna. Ambos começavam com troca de golpes estudados, buscando a melhor oportunidade para se atingirem. No entanto, o soldado real era habilidoso e, mesmo com a agilidade desproporcional de Bellum, era capaz de fazer seus golpes efetivos. Assim, o anão foi atingido duas vezes antes de demonstrar com clareza que já estava lutando contra seu próprio corpo também. Embora tenha tentado desferir mais alguns golpes, Bellum não foi eficiente e acabou morrendo com um golpe certeiro em seu peito.

Os companheiros de Bellum nada podiam fazer. Os soldados eram muitos para eles tentarem intervir na luta e não havia entre eles ninguém que pudesse evitar o último suspiro do anão. Terminada a luta, o grandalhão guardou seu machado e ordenou que os aventureiros tirassem o corpo falecido dali. Enrakhul, enfurecido, prometeu vingança ao soldado, mas não foi levado a sério.

Assustado, Neuton levou todos para fora da cidade. Eles enterraram o corpo de Bellum algumas dezenas de metros longe da estrada e lá passaram a noite, longe dos guardas reais. Bolívar era quem parecia mais entristecido. A morte de Bellum foi bastante chocante para o jovem, que via no gladiador um guerreiro para se espelhar.

Ludgrim, Estrada Real, dias 11 a 16 do mês do Conflito do ano de 1501.

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O rastro de Virtus

Darial estava na biblioteca do templo de Sevides de Rochaverde. O paladino pretendia descobrir quem escrevera as anotações naquele mapa. Várias horas foram gastas naquele subterrâneo até que o humano conseguiu encontrar um pergaminho antigo com uma letra que parecia-se muito com aquela que anotava no mapa. Estava ainda mais mal escrita, mas certamente parecia-se muito com a que ele trouxera para comparar.

Levando o pergaminho encontrado até a sacerdotisa Abil, o paladino ouviu que manuscrito fora feito por Guia, uma jovem aldeã, filha de um carpinteiro local. A própria Abil havia ensinado a jovem Guia a escrever, embora no momento em que ela escrevera aquele pergaminho seu aprendizado ainda estava incompleto.

O sacerdote levou o pergaminho que encontrou para a milícia. Sua intenção era conversar com Dalan. Ao chegar lá, ele foi bem recebido e a notícia foi ouvida com surpresa. Dalan disse que seria prudente investigar e deu a Darial um papel de representação como milícia de Rochaverde. Assim, Darial poderia apresentar-se como um representante oficial da cidade.

Como já era tarde, Darial aguardou até o dia seguinte e foi procurar a casa do carpinteiro. Ele havia descoberto no quartel que o pai da jovem chamava-se Lafaiar e que era um carpinteiro bastante conhecido na cidade. Ele tinha sido o responsável por grande parte dos trabalhos grosseiros na construção da paliçada que protege a cidade.

A residência de Lafaiar era bem simples. Ele era um humano de meia idade e ficou bastante preocupado quando Darial disse que desejava conversar com sua filha, Guia, por algo de errado que ela poderia ter feito. Pressionada tanto pelo paladino quanto por seu pai, a jovem, de aproximadamente 16 anos, entregou um bilhete que guardava debaixo de seu travesseiro. Este bilhete fora enviado por Virtus e dizia que ele estava bem e tinha conseguido sair da cidade.

No retorno para o quartel, Darial viu a chegada de outra tropa real. O número de soldados em Rochaverde aumentava rapidamente e, por mais que Darial fosse contra o conflito, a guerra parecia cada vez mais iminente. No quartel, Dalan mostrou-se animado com a descoberta de Darial, mas lhe disse que não havia muito tempo, pois o prefeito já estava pressionando a guarda para posicionar-se quanto a guerra. Dalan indicou Ehel, o dono de um bordel, como pessoa de confiança a quem Darial poderia pedir para vigiar Guia.

Darial foi falar com o tal Ehel a noite. Ele era um meio-elfo bastante educado e que comprometeu-se, por Dalan, a vigiar a garota. Ao retornar para a estalagem naquele dia, o paladino reencontrou Orrad, que lhe disse que a hora de partir estava chegando e que ele deveria ser educado na Ordem de Crizagom. Darial queria mais algum tempo na cidade e, pedindo com afinco, conseguiu que Orrad lhe concedesse mais 4.

Ludgrim, Rochaverde, dias 11 e 12 do mês do Conflito do ano de 1501.

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