(IL)Personagens

Ark, ladrão

Meu nome é Ark, pelo menos é o nome que eu recebi quando vim parar aqui. Sou um ladino, treinei em minha guilda logo após chegar aqui. Paguei minha mestra e aprendi minha primeira técnica de combate. Me alistei na legião de voluntários e comecei a juntar dinheiro com minha equipe vendendo partes de criaturas, junto com o que eu achava com eles e nos arredores. Logo me tornei um soldado, comprei meu brasão e aqui estamos nós, nessa fogueira.

Engraçado, falei muito... nessas horas meu celular toca normalmente...

Peço desculpas pessoal, não sei de onde eu tiro essas palavras, vem do fundo da minha cabeça. Não sei onde ouvi antes.



Azurius, mago

Nome: Azurius/El Gato (Love)
Profissão: Mago
Raça: Elfo Dourado
Idade: 30 anos
Altura: 1,64
Peso: 45 kg

O último de sua linhagem, morador de um vilarejo élfico extremamente místico e oculto. Perdera seus pais logo cedo, após uma invasão do Arquemago Lüi ao seu vilarejo. Refugiou-se na Grande Biblioteca Arcana, situada no subterrâneo. Ao sair de seu esconderijo, presenciou o fim de um ritual com todos que foram capturados por Lüi e sua horda de demônios.

Neste ritual viu uma espécie de pedra ser retirada dos corpos de alguns, sendo absorvidas pelo Arquimago. Que logo após retirou-se por um portal levando consigo sua horda, deixando pra trás apenas um vilarejo em escombros fruto da destruição que causara.

Azurius tinha energia transbordando em seu corpo e muita sede por conhecimento, e uma vontade inabalável de trilhar o mesmo caminho oculto que outrora seu pai trilhara, A Cronomância.

O Vilarejo e Seus Moradores:



Vilarejo antigo, formado por místicos fugitivos e exilados, situado nas proximidades de Dartel. Seus moradores mais antigos aparentemente protegiam um grande segredo oculto que foi roubado por Lüi. O vilarejo não possuia muitos moradores, muitos deles já eram descendentes diretos dos fundadores. Era um pequeno vilarejo com uma estátua de um elfo trajando manto com capuz e portando um grande livro com escrituras místicas em uma das mãos, com um marca página negro e escrituras rúnicas em vermelho sangue, na outra mão possuía uma esfera, duas outras destas esferas estavam aparentemente em órbita do místico.

As casas eram grandes, luxuosas e estavam dispostas em torno da estátua formando uma espécie de "X" tendo a estátua como ponto de convergência. A Grande Biblioteca Arcana estava situada no subsolo e possuía passagens secretas para ela em todas as casas e apenas os antigos tinham permissão de acessá-la.

Um pouco sobre Azurius:


Astuto, determinado e persistente tem como motivação maior para sua vida a vingança de seus pais e do povo do vilarejo. Não busca muitos dialogos que não levem a lugar algum, prefere sempre ser incisivo. Seu objeto focus é uma espécie de tatuagem de ampulheta feita em seu peito por seu pai com uma tinta mística que ao secar, endureceu e fez um leve relevo em sua pele, como se tivesse alguma coisa sólida por baixo.

Fala e escreve em demoníaco fluentemente, fruto de suas incessantes pesquisas e estudos religiosos na Grande Biblioteca Arcana.

Características Físicas:


Olhos: Escuros de um brilho ardente
Cabelos: Longos de tom ruivo
Cor da Pele: Branca, Pálida e Opaca.
Sua frase preferida é: O tempo é imutável para quem sabe onde está perante ele.”

Amigos, Vida e Imersão na Criminalidade:


Crow, O Falastrão


Azurius encontrou Crow dias depois do acontecido em seu vilarejo, era um pequeno corvo, recém nascido, aparentemente abandonado para morrer. Azurius logo se identificou com aquela pequena criatura, tão solitária quanto ele e começou a criá-lo. Crow fala algumas palavras simples e é apaixonado por coisas brilhantes como pedras preciosas. Sabe alguns truques como pegar coisas e sinalizar perigo. Crow passa maior parte do tempo longe de Azurius enquanto este está perto de desconhecidos, fazendo a função de vigia.

Monarca, A Fera


Conheceu Azurius enquanto estava caçando e viu aquele jovem desengonçado que certamente passaria fome na selva. Monarca era muito habilidoso, fui instrutor de Azurius nas artes da caça com arco e treino de animais. Azurius certamente deve a ele a sua sobrevivência naquele ambiente hostil.

Ark, O Ladrão Hábilidoso


Azurius conheceu Ark um tempo após deixar o vilarejo, por decorrência das necessidades, logo juntou-se a ele e começaram a praticar pequenos furtos.



Finwe, bardo

Altura 177 cm
Peso 70 kg

Finwe nasceu em Saravossa, Calco, filho de um nobre elfo local que servia de Arauto na corte, enquanto minha mãe era uma humana meretriz de um dos vários bordeis de luxo da capital. Para manter-se sem escanda-los meu pai sempre enviou recursos para que minha mãe não abrisse a boca e durante dez anos foi assim. 

Nos primeiros anos Finwe viveu como um garoto normal aprendeu a ler e a escrever, gostava de brincar de espadas, com sua mãe aprendeu a se disfarçar, usando as perucas e maquiagens que ela usava quando ia "trabalhar". Foi então que a mãe de Finwe adoeceu, uma carta fora enviada a seu pai, pedindo para que ele tomasse conta do garoto.

Sem querer escanda-los o pai de Finwe pegou sua guarda, todavia o enviou para um amigo anão que vivia na área dos artesão da cidade, para que fosse seu aprendiz, ainda sem saber quem era o pai, o jovem elfo passou cinco anos sob a tutela do mestre anão onde aprendeu engenharia. Foi então que sua mãe no leito de morte disse quem era realmente seu pai.

Após a morte da mãe Finwe viu-se dentro da corte e após uma conversa foi assumido por seu pai, gerando uma certa desconfiança na baixa nobreza local. Durante os anos seguintes aproveitou sua juventude como pode, aprendeu a como portar-se na corte, aprendeu esgrima, equitação, história, geografia, arte, misticismo e religião.

Durante esse período seus dons passaram a se desenvolver e aprendeu com seu pai como controlá-los. Foi então que os problemas começaram a acontecer, algumas damas da corte foram desonradas e Finwe passou a ser jurado de morte por grandes comerciantes e nobres locais. Seu pai não querendo envolver-se em confusão enviou Finwe para Carom, para que ficasse sob a tutela de seu tio. Um médico conhecido na região, era de interesse de seu pai que Finwe aprendesse uma profissão e saísse de sua tutela.

Todavia não adiantou as várias intrigas fizeram o pai de Finwe perder seu cargo e prestígio na corte. Atualmente Finwe tem 40 anos, os últimos cinco passados com seu tio, onde aprendeu sobre medicina e herbalismo. Voltou a capital, seu pai agora era prestava serviços de escriba a um nobre influente, e se viu rejeitado. Então lhe restou a Harpa que sua mãe tocava e seus talentos para começar uma nova vida.



Mardoc Bloodaxe

Anão, natural de Virena, Conti.
56 anos

De uma família com tradição em aventuras, Mardoc seguiu os passos de seus ancestrais até agora com sucesso. O que poucos sabem é que Mardoc possui item encantado passado de geração em geração que sempre eleva suas habilidades, na verdade ele acredita que é imbatível, dizem até que ele já disse enquanto bebia que derrotaria o próprio príncipe em um combate singular. Devido as inúmeras histórias que ele conta nas tavernas, sempre fantasiosas e muitas vezes mentirosas, muitos jovens anões se inspiram nele.

Aproveitando o nome da família, a eloquência e o fervor de Mardoc em relação ao grande Deus Blator, Baldar Stonecutter, líder espiritual na cidade de Virena, convoca Mardoc para uma caçada religiosa em nome de Blator, contra um suposto grupo de demonistas nas proximidades, juntamente com 3 jovens guerreiros anões. Não sabe ele que Baldar o esta pondo em prova para saber se realmente Mardoc é merecedor de ser um filho legítimo de Blator.

Personalidade: Acha-se mais capaz do que realmente é, sempre aumenta suas habilidades quando em uma plateia, trata com desdém todos com um status social inferior ao seu, corteja todas as fêmeas que vê.



Servill, sacerdote

Pequeno Homem-Grande Devoto. 

Um pequenino agricultor e pai de família, sempre preocupado com a necessidade dos demais e com as maneiras externas de professar a sua fé que transforma o solo onde ele pisa em um solo mais sagrado. 

Sua orientação é sempre útil porque a presença divina se revela nele apesar de não demonstrar nenhuma capacidade pessoal em alto grau. Trata-se de um homem comum tocado por Sevides e acima de qualquer coisa é invariavelmente um grande devoto do grande deus da colheita. 

De Eredra para o Conti.


Proveniente de Eredra, Servill adquiriu uma pequena glebanos arredores do Principado Antigo aonde reside com sua família ( esposa e casal de filhos ). Seu lar é seu refúgio, mas sempre vai a cidade em vésperas do festim de celebração da colheita em homenagem a Sevides.


Zac, mago

Zac, um jovem camponês de 17 anos, com talentos mágicos notáveis, porém sem muita responsabilidade.

Por não levar as normas da instituição onde estudava com seriedade, foi expulso por seu mestre Argon. Envergonhado não pode retornar a sua vila em Conti e encarar seu pai Leon e agora está na pista pra negócio.






Aqueles que passaram

Krom, guerreiro

Nome: KROM
Profissão: Guerreiro
Raça: Humano
Idade: 25 anos
Altura: 1,90
Deus: Crisagom ou Crezir (o próprio personagem tem dúvidas sobre sua religião)

Há três décadas, em Tagmar – ou Mundo Conhecido - próximo da cidade Tória, uma mulher corria desesperadamente, com um bebê no colo. Sua residência havia sido atacada por ladrões encapuzados que a caçavam há quase um ano. Seu marido, Afid, havia sacrificado a vida, na tentativa de dar a ela tempo para fugir. A mulher, bastante cansada, sem saber que rumo tomar, aproximou-se de um penhasco, sendo finalmente alcançada pelo grupo inimigo. Naquele momento, seu objetivo era manter vivo seu filho de um ano que não parava de chorar. Os homens, fortemente armados, desceram de seus cavalos, avançando lentamente em direção àquela mulher frágil e indefesa, que implorava para poupar a vida dela e da criança. Um dos cavaleiros, com uma barba mal feita, e boca desdentada, puxou de suas costas uma espada. Estava pronto para matá-los. A mulher olhou para o fundo do penhasco e viu o Rio Frefo, correndo violentamente para o mar aberto. A mulher estudou suas únicas opções: entregar a vida dela e a do filho nas mãos daqueles marginais, ou entregar suas vidas nas mãos de Crezir.

Com muita bravura, a mulher saltou o penhasco, segurando firme seu filho, apertando os olhos. Durante sua queda esperava impacientemente o baque na água, rezando sem parar. Os homens não acreditaram na coragem daquela mulher e ficaram no topo do penhasco sem saber o que fazer e o que contar do fracasso para seu líder. O feiticeiro Nicodemus.

Longe dali, próximo à Floresta de Aberdim, um meio-elfo guerreiro chamado Zarel pensava à beira do rio sobre o futuro de ter um filho ou não com sua esposa meio-elfa e rastreadora, Dora. Quando, próximo a ele, rastejou, sentindo fortes dores e muito cansaço, a mulher que se jogara do penhasco, com a criança no colo. A moça ele reconheceu. Era Gisa, uma jovem mulher loira, bonita tão quanto sua amada. Apoiada sobre um tronco encalhado no leito do rio, em poucas palavras, Gisa gaguejou para Zarel que estava perplexo com o que vira. Enquanto ele apanhava a criança, teve tempo suficiente para ouvir as palavras de sua amiga sobre o feiticeiro Nicodemus. A Zarel suplicou para que ele e Dora tomassem conta do filho dela. Zarel não tirava os olhos daquela criança. Não queria acreditar que um bebê, que tanto se recusou a ter com sua amada, havia caído em seus braços. Então o jovem guerreiro tocou-se e pôs-se a ajudar Gisa. Mas ao virar-se para o leito do rio, sobre a tora não havia mais ninguém. Gisa desaparecera. Tudo foi muito rápido. Zarel olhou para todas as direções do Rio Frefo e nada de Gisa. De repente, muito devagar surgiu Dora, chamando pelo seu marido, para pedir-lhe desculpas da briga que haviam tido uma hora atrás, por causa do desejo dela de ser mãe. Zarel virou-se e para Dora mostrou um presente dos deuses, vindo das águas gélidas do Rio Frefo. Dora espantou-se e lágrimas surgiram de seus olhos. Para sua amada, calado, Zarel entregou a criança. Um abraço gostoso do casal meio-elfo a criança sentiu. E seu choro cessou. Juntos conversaram sobre a criança, seguindo para casa, o vilarejo Plandor, no centro da Floresta de Aberdim.

Anos se passaram e a criança foi tratada com muito carinho. Aquele bebê tornou-se uma lenda. As regiões próximas acreditavam que o bebê estaria morto. O casal meio-elfo lhe deu o conhecimento da vida, bravura, honra, bondade, honestidade. Ele aprendeu os mandamentos de sua nova religião, dedicando-se totalmente ao Deus Crisagom. Como guerreiro, seu pai adotivo ensinou técnicas de combate com montantes, espadas, gládios e escudos, transformando-o num jovem guerreiro. Sua mãe, ensinou-lhe a preservar e respeitar a natureza como um todo; a amar as plantas e os animais. O jovem aguçou sua percepção, suas habilidades de manobra e subterfúgio; adquiriu velocidade e agilidade para usar nos momentos certos durante o perigo; preparou seu corpo com muito esforço, adquirindo força, físico e resistência fora do comum. Ganhou músculos; ombros largos e um abdômen de dar inveja a qualquer ser racional – todo definido, muito bem escrito.

Com um machado na mão, o filho do casal de meio-elfos cortava violentamente troncos de árvores no alto de uma colina próxima a Plandor. Sua pele de cor branca, mas queimada de sol, brilhava de tanto suor, em contato com os raios do astro amarelo. E com os troncos divididos em várias partes, ele preparava as toras para sua casa, colocando-as sobre o musculoso pescoço. Ele estava faminto, esperando ansiosamente pela comida que sua mãe estava preparando. Seu pai aguardava, na fogueira da sala, as toras que seu filho trazia para fazer fogo.

Subitamente, antes de abandonar a colina, o jovem rapaz de peito nu, franziu a testa, inclinando a cabeça para o lado, estranhando fios de fumaça escura, vindo abaixo da colina. 

Fogo!

O jovem guerreiro aumentou os passos, e enfim, pôde observar além da linha do horizonte da colina, Plandor sob chamas. Rapidamente, preocupado com a vida de seus pais adotivos, largou as toras e partiu em direção à sua residência, como um leão.

La embaixo, humanos, elfos e meio-elfos, anões e pequeninos, corriam desesperados, pra lá e pra cá, procurando apagar as chamas espalhadas pela comunidade. Todos trabalhavam juntos, como um formigueiro destruído por uma força maior. Baldes cheios d’água eram carregados por mãos fortes, e virados sobre o fogo que comia tudo em que tocava.

Ainda correndo, o jovem guerreiro aproximou-se de sua casa. De longe podia ver sua porta aberta. Ele invadiu sua residência como um furacão. Fogo e fumaça cobriam tudo. Ele gritava, chamando pelos pais, que não respondiam. Nada se mexia. Então o teto de sua residência caiu próximo, obrigando o jovem a sair dali. E em instantes, sua casa inteira tombou. O jovem não parava de gritar por seus pais adotivos.

- Pai... Mãe... Por favor...

Após respirar muita fumaça, com lágrimas nos olhos, tossindo muito, uma humana de estatura muito baixa, chamada Amabá, encostou a palma de sua mão nas costas do jovem humano, procurando confortá-lo. A senhora de dentes muito clarinho e perfeitos, era sua avó. Mãe de Gisa. 

- Vó, a senhora os viu?

- Sim.

- Onde? 

De repente surgiu Benin-Muriá, líder da vila Plandor. E para o jovem respondeu. 

- Nós sentimos muito. – o filho do casal meio-elfo se calou por segundos. Estava aflito. Ele sentiu um vazio no estômago. Tremeu.

- O que aconteceu? Onde estão? - gritou ele, tentando avançar sobre Benin que o segurou com força, junto com outros plandorianos, procurando evitá-lo de ver os pais adotivos, Zarel e Dora, degolados pelo fio de uma espada. Amabá chorava pensando no sofrimento de seu neto.

- Rapaz – dizia Benin tentando encorajá-lo, segurando a cabeça do coitado, posicionando-a de frente para a dele. – Você tem que ser forte. – e um abraço Benin deu ao jovem humano que retribui, chorando, como uma criança, dizendo em tom baixo, gaguejando:

- De novo não! – a dor dominou o peito daquele pobre rapaz que já perdera seus pais legítimos. Estava difícil de aceitar que havia perdido agora os adotivos. Ele levantou a cabeça, fitando os olhos no amigo, com bastantes lágrimas nos olhos. Depois abraçou forte sua avó. Instante mais tarde se afastou de Amabá que o confortou, e ajoelhou-se perante todos, implorando – ainda gaguejando de soluços – por Crisagom dá-lhe forças para superar aquele obstáculo, calando-se em seguida, por longos segundos.

Subitamente, aquela carência foi substituída por uma ira muito grande; um sentimento de raiva; uma vontade de fazer mal a alguém; os olhos cheios de lágrima se fecharam pela metade. 

- Meu filho... – Amabá conhecia aquele olhar. Era o mesmo de sua filha Gisa. Tentou avançar no neto, mas foi segurada por Benin. E a pergunta veio pausadamente:

- Quem fez isso?

- Nicodemus. – respondeu Aliunviniel, irmã de Benin-Muriá, também com lágrimas nos olhos e muito ódio. Ela invadiu o círculo daquela casta ao redor do pobre coitado. Este último, calado, concentrou-se nas palavras de seus pais adotivos, a respeito deste feiticeiro maldito que matara também seus pais legítimos. Mergulhado em pensamentos, o homem que perdera toda sua família, com exceção de sua avó, ergueu o braço direito, apertando o punho, apontando-o para o céu. E rezou em tom alto:

- Crisagom. Juro pela vida perdida de meus pais que não vou sossegar enquanto não matar e beber o sangue deste homem. 

E o choro retornou.

No dia seguinte, quando a escuridão foi substituída lentamente pela claridade do sol, o astro rei acordou o jovem guerreiro, tirando-o da cama. Dormira em um quarto, na casa de sua avó, onde décadas atrás dormia sua mãe Gisa. O guerreiro bastardo olhou ao seu redor e mais uma vez pensou nos pais adotivos. Porém sem uma lágrima. Sentira que era hora de partir, em busca de novas habilidades; adquirir novas experiências e conhecimentos, para poder enfrentar o seu objetivo maior. Ele vestiu uma roupa de couro leve, criada por sua avó Amabá, que seria dada de presente a ele no dia de seu aniversário. Ele abandonou o lar de Amabá que o confortou nesta noite dolorosa, que parecia jamais terminar. Meditou a madrugada inteira, preparando-se para uma viagem sem retorno.

Após curta caminhada, aproximou-se de sua casa toda destruída. Adentrou os antigos aposentos para procurar algo no meio de todo aquele entulho. Havia muita madeira queimada. O cheiro de carvão dava para sentir de longe. Entrando em seu antigo quarto, ao lado da cama que um dia foi sua, existia um baú de um metal bastante resistente. O fogo não o destruiu. Estava inteiro, porém um pouco quente por causa das cinzas. Com um dos pés, o jovem guerreiro abriu o baú. Em seu interior um tecido de malha com fios metálicos. Ele pegou o tecido, procurando não deixar cair o que tinha dentro dele. Apoiando uma perna sobre o baú, ele colocou o tecido metálico sobre sua musculosa perna, abrindo-o, revelando dois objetos que para ele tinha um grande significado, a simbologia de sua honra, estratégia e bravura: um pequeno escudo e um gládio, brilhando com o toque dos raios do sol, quase cegando sua vista. O guerreiro posicionou o escudo nas costas, após ver o seu reflexo nele. Já o gládio, antes de prender à cintura, como ritual para cada arma de corte que sustentava, tocou o fio da lâmina, surpreendendo-o ao ver uma pequena gota de sangue pingar de seu dedo, além de examinar as serpentes douradas maravilhosamente trabalhadas que se enroscavam em torno do cabo. Ainda no fundo do baú, uma anel com uma caveira encrustada e um colar de sua mãe Gisa. Este ostentava um maravilhoso dragão vermelho que simbolizava Crezir, a deusa da destruição. 

Ele abandonou a casa destruída, deixando para trás uma história que para ele surgiu desde o seu primeiro ano de vida. Fez bem Plandor não ter lhe contado onde seus pais estavam. Sabia que estariam bem com seus deuses. Plandor, nas mãos de Benin-Muriá, novamente cresceria com garra e determinação com ajuda do povo plandoriano. E despreocupado o jovem guerreiro ficou. 

O musculoso homem se distanciou da casa por uns cento e cinquenta metros e parou para dar mais uma olhada no seu lar destruído. E novamente seguiu devagar. 

Entretanto, antes de cruzar a linha imaginária da vila Plandor para a Floresta de Aberdim, que o recebeu de braços abertos, atrás dele, alguém o chamou:

Ei! – o guerreiro parou a caminhada. – Por você. Por nós – O jovem guerreiro nada respondeu. Apenas contorceu a cabeça. Viu uma frágil menina elfa. Ela fez um sinal positivo com o polegar direito e continuou. – Pega ele, KROM. – e sorriu depois. O jovem guerreiro, ainda de costas para a menina, ergueu sua mão direita e fez um sinal positivo com o polegar. E com um sorriso tímido ele piscou o olho esquerdo, confortando-a. 

Então partiu.

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